A solidão, na verdade, sempre foi algo muito construtivo para a minha personalidade estranha. Sempre senti que não era aceita por pessoas e por lugares, então a reclusão sempre foi a melhor opção. Mas ninguém consegue seguir sozinho por tanto tempo. Nem muda tão rápido assim para se deixar tão aberta. É complicado...
Já não me sinto bem onde estou. Queria mudar de habitação, de pessoas, de rotina, de vida, porque esta aqui não é a minha. O meu nível de serotonina caiu drasticamente, não consigo mais manter o controle racional.
Palavras são atiradas sem o menor respaldo, ações incautas que não mais têm o poder de retroceder... Fingir não é comigo, mas posso tentar.
O problema é que hoje em dia não tenho mais pretensão em desbravar pessoas. Estou exausta de negações, frustrações, decepções e tantos outros “ões”.
Sei que é errado apoiar-se em apenas um indivíduo e esperar que ele possa te recompensar da maneira que esperas, mas me sinto impossibilitada de tentar outras opções. Você me faz sentir isso. Me cobra isso. Me limita a isso. Cárcere, talvez.
Sou tantas pessoas em uma só, que agora que pretendo optar só por uma, não sei qual o critério a adotar.
E qual será a solução para um coração tão vazio de razão? Paciência, meu caro. Paciência. É a minha última arma. Pode até não parecer, mas vou permanecer no jogo. Sei bem que não precisa ser assim, mas assim o é e assim o será.
Não é tão difícil acatar um pedido só. Quando o que peço é apenas companheirismo. Pra mim, já é o bastante. Mesmo que isso seja pouco, não importa. Sou pouco mesmo... Logo, mereço pouco.
Meus passos sempre foram inconstantes, e não os haveria de mudá-los agora; mas você promove uma certa estabilidade, uma coerência em mim que provoca medo...
Devolve as minhas incertezas, mas traz certeza ao meu coração?!
(E. Lins - hoje, agora!)
“Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia...” (F. Nietzsche)
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