Acordei com uma aura negra rodeando a minha cabeça, sabia que esse não seria meu dia. Nem os próximos também. Me sinto frágil agora, como se toda dor do mundo estivesse concentrada aqui. Pensamentos desconexos, sentimentos estranhos, medo do (des)conhecido. Sinto que estou afundando, mas não quero levar ninguém nessa comigo. Não tenho muito a fazer, afinal não sei o que fazer. Nem pensar. Nem falar. Talvez o erro se concentre aí: nessa busca incessante em sempre ter algo ali, pronto para ser exposto, quando na verdade às vezes um simples silêncio basta. Não consigo mais me explorar dessa maneira, estou esgotada. Eu preciso de ajuda, mas não sei como pedir isso. Quaisquer tipos de perda não são bem digeridos por mim. Não sei lidar com o não. Não consigo conviver com a saudade. Não sei como se ama. Isso tem me causado um certo desequilíbrio emocional.
- Afinal, o que você quer? - insistiu.
- Parceria. Isso não tem nada a ver com sexo nem com romance, mas com outra natureza de afeto, ou de afetos. Eu quero um tipo de relação que não necessita de palavras. Quero que a gente se entenda por música, no sentido figurado e no sentido literal. Quero um pianista que não abaixe a cabeça nem desvie os olhos quando estou cantando o amor, quero um olhar cúmplice, a solidariedade, a empatia, a generosidade; quero que você não tenha vergonha de sentir o que estou sentindo, e que você viva o que estou vivendo durante toda essa canção.
- Se é só isso, posso tentar...
- Este jogo não comporta tentativas. A única regra é se entregar.
Você vai mesmo querer prosseguir comigo?
(E. Lins, 21/03/09 – 19/10/10)
Sim, somos muito parecidas. Estamos sofrendo da mesma forma, pelos mesmos motivos. :*
ResponderExcluirte seguiindo aki Evelly , me segue lá tbm
ResponderExcluirwww.maayleite.blogspot.com