Cara, um ano se passou. Um ano! Desde aquela conversa, aquela decisão, aquela certeza. Como assim tão rápido se na semana passada a gente tava começando e ontem pareceu ser o primeiro dia dos namorados? O tempo tem corrido. Corrido não, porque o trânsito não deixa, tem voado. Não sei se posso resumir tudo o que houve durante esse tempo, mas sei bem que saio com um saldo positivo desses 365 dias que passamos juntos, APESAR DE TUDO! Nunca houve total entrega, nunca houve tanta necessidade, nunca houve desespero por medo de perder, nunca houve tanta intimidade, nunca houve tantas brigas, nunca houve tanta alegria, nunca houve tanto amor...
Eu sei que por muitas vezes a sua vontade é de nunca mais ver a minha cara, às vezes também sinto isso, até chego a te odiar por míseros centésimos de segundo, depois o amo ainda mais. Você está tão entranhado em meu corpo que às vezes chego a me confundir se estou me referindo a você ou a mim mesma, como se fôssemos um só. Durante esse tempo em que convivemos verdadeiramente como um casal, eu já senti diversas coisas por você. Já te achei lindo, já te achei feio; já te achei simpático, já te achei chato; já te achei romântico, já te achei insensível; já me apaixonei, desapaixonei, reapaixonei milhares de vezes; já pensei em fugir de você, já pensei em nunca mais sair do seu lado; já desejei nunca mais te ver, e quis te procurar segundos depois... Agora estou no auge desse sentimento todo, deve ser uma síndrome: não sei mais o que sinto.
Eu esperava que fosse um dia importante, ainda mais quando já me senti frustrada uma vez por esse motivo, mas não foi. Só pra mim. Foi triste, foi lacrimejoso, foi solitário, foi esperançoso (de que algo mudasse), foi longo... Devo ser boba por pensar assim, mas eu fazia questão. Esse dia me marcou pra sempre, você sabe que sim. Eu tinha planejado tudo com tanto carinho, há semanas... Tudo foi pro ralo... E mesmo assim, eu só queria que você se redimisse, me mostrasse que eu estava errada, que sim, você era capaz de ainda tornar um dia bom e inesquecível. Quer dizer, inesquecível foi, mas não teve nada de bom... Não sei o que me faz pensar assim, essa necessidade sobre-humana. É como se houvesse um elo de vida, um cordão umbilical que me leva a você. Sem ele não vivo, não respiro, não me alimento, não me fortaleço. Preciso de você. Demais! Preciso ser importante e me sentir importante. Não deixa tudo assim, perdido... Nem faz pouco caso. Não finge que não existo, eu estou aqui! Demonstra que você se importa, não é tarde... Nunca é tarde. Hoje sou sua, portanto cuide, cultive, tome conta, mantenha-se perto, não me deixe querer te esquecer.
E ainda assim cresce em mim apenas uma única certeza: quero isso pra sempre.
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